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domingo, 30 de junho de 2013

Trier - Alemanha / Germany

Nossa primeira viagem pelas cidades alemãs começou com Trier. Decidimos ir pra lá nos 47 do segundo tempo. A ideia inicial era dormir lá mas os hostels estavam TODOS lotados e então percebemos que aqui o negócio é se planejar bem antes pra conseguir lugar pra dormir e passagens de trem mais em conta. No fim acabou sendo bom porque percebemos que um dia é suficiente (a ideia inicial era dois dias). Aliás viajar de trem aqui é bem fácil, mas ainda não descobrimos a verdade daquela fama de que viajar na Europa de trem é muuuuuuuuuuito barato. Sei lá, pode até ser, mas ainda não pegamos a “manha”. 
Neste dia fomos beeeem cedo pegar o trem das 7  para conseguir chegar cedo em Trier e aproveitar o dia todo. Pegamos o trem e achamos que poderíamos comprar o ticket dentro dele, já que quando chegamos do Brasil em Frankfurt nós não precisamos comprar o ticket antes, compramos no próprio trem (vem uma mistura de cobrador comissário de bordo de vagão em vagão cobrando o valor do ticket). E assim fomos para o trem com essa ideia. 20 min de viagem e veio o "cobrador" nos pedir o ticket e nós dissemos que não tínhamos e estávamos com o dinheiro na mão pra comprar. Ele pareceu nos xingar e nós explicamos que quando chegamos na estação de trem os balcões de compras de tickets estavam fechados, foi um diálogo bem difícil pois ele falava alemão, nós meio alemão, meio inglês..até que uma mulher que estava sentada perto se ofereceu pra traduzir. Ela conversou com ele e explicou que não compramos o ticket porque estava tudo fechado, e após a conversa ela disse que nós estávamos com sorte pois o cobrador deveria cobrar de cada um de nós 40,00 euros (de multa) por não ter comprado o ticket, e que nós devíamos ter comprado nas máquinas que tem na estação antes de entrar no trem. Ela também disse que se nós tivéssemos tentado mentir, enrolar dizendo que a máquina estava fora do ar (o que pode acontecer às vezes) o cobrador poderia verificar pela maquininha dele e lá ía mais multa...MAS como o cara tava de bom humor e também porque ele percebeu que nós realmente não sabíamos como funcionava, ele nos vendeu um ticket MEGA barato que deu pra nós 2 irmos e voltarmos de Trier com menos de 20 euros (iriamos pagar 42,00 Euros ida e volta). 










Bem, foi uma situação bem constrangedora, mas no fim nós não entendemos nada ..o complicado é que tem tipos de trens ICE, RB, RE, IC... que são intermunicipais, regionais, sei lá o que ais... e que a gente ainda está aprendendo. O legal do ICE e´ que ele é geralmente mais rápido e se tu compra pra um horário x mas quer adiantar ou adiar é só ir e não precisa fazer nada.. De Koblenz até Trier deu uma 1:10 mais ou menos de viagem, o visual é bem legal tirando os períodos que viajamos por baixo da terra...


Bom, passado o primeiro sufoco, vamos ao que interessa. Trier!!Adotamos como prática e que se tornou uma prática padrão, chegar no lugar e comprar aqueles guias pequenininhos como por exemplo "Trier em 1 dia" ou "Trier de bicicleta" ou "Trier a pé" e tem funcionado, principalmente porque eles vem com mapa da cidade e aí fica perfeito. Devo dar todos os créditos ao leitor OFICIAL e MEGA competente Fillipp! Ele é quem nos guia aos lugares e faz todos os trajetos, porque se dependesse de mim eu ficava andando em círculo e ainda acharia que estava perdida! Depois de alguns passeios percebemos que português é uma língua quase extinta. Portugal praticamente não existe pois encontramos as mais "estranhas" linguas e raramente português, muitas vezes o Brasil é mais lembrado que Portugal. Em Trier teve que ser em inglês mesmo e aí está a carinha dos bichinhos (o guia e o leitor oficial).
Trier (em português Tréveris) é a cidade mais antiga da Alemanha, tendo sido fundada durante o reinado do Imperador Augustus provavelmente em 17 AC (sim, antes de Cristo! isso é muito tempo!!) e foi projetada de acordo com princípios romanos. Na época toda a área da cidade era rodeada por um muro de quase 6.5 quilômetros de extensão e ao longo destes muro haviam 5  "portas" que dariam acesso à cidade: Porta Nigra (norte), Porta Inclyta, Porta Media (sul), uma perto do anfiteatro (não sei o nome) e Porta Alba. A porta do norte chamada "Porta Nigra" existe até hoje (claro que do muro apenas pedras, mas imperceptível). No dia que a gente visitou Trier estava tendo uma "festa" em comemoração ao mês de aniversário do Karl Marx (maio) e a Porta Nigra estava cheia de "homenzinhos pequeninhos" que depois descobrimos ser ele mesmo o homenageado,já que foi aqui em Trier que ele nasceu e hoje sua casa é um museu.


E vale lembrar que na primavera a Europa fica especialmente enfeitada com tantas flores tão bem cuidadas e em grande quantidade.






Eu aproveitei pra reclamar pro aniversariante..dizer que a cidade era um encanto, mas que estava muito fria e sem sol para a época...

 O Fillipp já foi mais com a cara do fulaninho e resolveu tirar fotos na parceria..









Depois da Porta Nigra pegamos aqueles ônibus de turismo (que também é uma ótima prática) em que tu paga um valor x por 24horas ou por 48 horas e pode descer nos pontos, tirar foto e tudo mais e depois sobe no próximo, segue viagem e desce em outro...assim foi... Isso ajuda a ter uma ideia geral e também se tem ideia no que se quer ficar realmente e tirar fotos. Pois é muita coisa, muita coisa mesmo pra ver..então tem que se eleger alguns pontos até para não cansar muito. Chega uma hora que é tanta informação que tu já ta chamando o Karl Marks de imperador e a porta nigra de arco do triunfo (hahahaaha fora os exageros é quase isso).
Logo de cara fomos no Anfiteatro. Esta parte que hoje está coberta de grama eram as arquibancadas para as lutas entre gladiadores e animais. Ele tinha duas entradas principais a do norte e a do sul.

 É legal entrar na parte de baixo do "chão" que ainda dá pra ver por onde se movimentavam os gladiadores e animais antes das lutas.
Outra atração muito legal de Trier é a Basílica! Esta realmente reserva um show a parte, principalmente quando paramos para pensar que grande parte dela foi destruída na guerra..Esta foi lugar para recepcionar emperadores romanos que moravam em Trier a partir do ano 286 até o final do século 4 AC. Bom a construção é muito impressionante e era referenciada como palácio do procurador. Ela é feita toda de pedra e é construída de um jeito que a luz do dia é totalmente aproveitada com todas as janelas arredondadas. Hoje é uma igreja protestante.


 Estas fotos mostrarm como ficou a Basílica na época da guerra..Essas estátuas eram inteiras e ficaram apenas as cabeças..

Bem, caminhando por Trier parece que voltamos no tempo pois em todo lugar tem pontos históricos e então vamos botar algumas fotos resumindo bastante! Passamos por uma área que na época do Imperador Constantino foi mandada construir para servir como uma terma para se banhar e como banheiros públicos, mas a obra nunca foi acabada, porque anos depois o mesmo construiu e mudou-se para Constantinopla. Hoje funciona como um museu a céu aberto. Aliás o Imperador é sempre muito bem lembrado e homenageado. Olha esta escultura do pé dele, podia ser homenagem ao Fillipp, mas é ao Constantino.
 As termas construídas é uma atração a parte. Dá pra imaginar pessoas tomando banho nesses lugares? Eu não consigo!


 O interessante é ver como isso tudo é muito bem conservado e cuidado. Aliás, tudo aqui é feito com muita atenção e cuidado..Saindo um pouco do contexto de pontos turísticos e históricos, olhem o detalhe dessa manequim em uma vitrine qualquer...eu fiz questão de focar bem o rosto dela de tão impressionada que eu fiquei com a riqueza de cuidado com uma MANEQUIM de loja ehehehe
Bem, teria muito mais coisas pra falar sobre Trier mas aí ficaria um jornal e não um post. Aqui está o ponto alto e quase o mais baixo da viagem.. Chegamos a Trier mega empolgados para visitar a tal igreja que guarda o manto sagrado de Cristo da sua crucificação - mas ao chegar na igreja este manto fica dentro de uma caixa, que fica dentro de outra caixa, que fica dentro de um compartimento que eestá dentro de outro e assim vai...ou seja, invisível! Depois acabamos descobrindo que o manto é exposto ao público mais ou menos de 10 em 10 anos para preservá-lo..então temos que olhar para a caixa com os olhos da fé (como diria minha mãe).
 Esse é o interior da igreja. Lá atrás do altar é onde está o Manto, lá onde tem aquela cruz iluminada.
 Chegando mais perto...

 Mais perto...e esse é o mais perto que se pode chegar! :(

 E então eles colocam fotos de como é o manto quando é exposto.

Com certeza é o ponto alto, mas se transforma em ponto baixo porque queríamos ver mais de perto. Mas quem sabe da próxima vez voltamos e podemos ver né?
Não podemos fazer um post de Trier e não falar da praça principal. É muito cheia de detalhes também como mostram as fotos abaixo.


Como falei aqui é onde o Karl Marx nasceu e a casa dele é aberta para visitação, mas como chegamos tarde (fecha às 18h) só conseguimos tirar foto na frente mesmo!


Para finalizar aqui vai um conjunto de coisas bastante "diferente" pra nós que nem precisam de narração. Espero que tenham gostado!

...





Voltando pra casa em Koblenz...visual de presente!






Espero que tenham gostado do nosso 1 dia em Trier! 


domingo, 23 de junho de 2013

Dia-a-dia não turístico em Koblenz - Alemanha

Após já termos realizados algumas viagens, vamos começar a postar sobre elas, mas isso nos faz primeiramente contar um pouco sobre onde estamos morando. Vamos deixar a parte da história da cidade um pouco pra depois, a qual queremos ir contando aos poucos.
Koblenz é uma cidade relativamente pequena. O trânsito vira um caos às 18hrs quando a maioria dos expedientes acaba. O trânsito fica tão caótico que um trajeto que leva 15 min em um horário normal, no horário do rush tu leva 20 min (é esse é o trânsito máximo aqui hahahahaha).


Um dos acessos ao rio Reno

Vista do rio depois que atravessa o acesso acima

A cidade em si é muito limpa e muito organizada (padrão alemão). Koblenz é uma cidade ótima para quem é acostumado com Porto Alegre, porque ela não tem praia, mas tem rio (dois, ainda por cima) tem estádio de futebol (um time azul e um vermelho) e muitas praças e parques.

Uma rua qualquer em Koblenz...
Uma coisa que notamos e já estamos aderindo aqui, é que quando o sol resolve aparecer, os shoppings, academias e pubs ficam vazios durante o dia, tudo porque não se pode perder a chance de aproveitar o calor, já que o sol forte dura um mês, talvez dois. E é isso que fazemos quando tem sol, nada de ir para academia, pegamos as bicicletas e saímos para pedalar na beira do rio, comemos sorvete, tomamos chimarrão e rimos das coisas estranhas que presenciamos.

Uma vez passamos por uma praça cheia de crianças brincando peladas na água (nessa praça tem tipo aqueles regadores de grama que ficam esguichando água pra tudo que é lado) estava a maior festa. Claro, não há nada de errado com isso afinal são crianças. Nada de errado, se não estivesse 20 graus na rua como estava, a Rita estava de casaco e as crianças peladas. A água que as crianças brincam é quente, mas mesmo assim o vento que tinha na rua daria para pegar uma gripe fácil. Foi assim que nós começamos a perceber que quando tem sol, os alemães estão aproveitando.


Cena comum de ver nas tardes de sol são pessoas “lagarteando” no gramado na beira do rio Reno, igual no Sul do Brasil, claro que com algumas diferenças de hábitos. Aqui agente nota que bastante gente leva  mini churrasqueiras portáteis (que eu acho até que são descartáveis) para o gramado e fazem o seu “Bratwurst” que é churrasco de linguiça (um salchipão com grife).  Tem pessoas que levam aqueles narguilé para fumar alguma coisa que tem um cheiro doce e enjoativo e que nem deve dar um “barato”. Agora todos eles com o seu fardinho de “long neck”  (cada um com o seu) do lado e bebendo aquilo já quente. Lógico que alguns goles depois surgem vontades malucas (em alguns) de pular no rio para nadar, ainda mais com o “calorão” de 19 Graus.

Slack line e Frisbee (disquinho verde)

Alemoada lagarteando...

Falando em churrasco, logo que chegamos fomos convidados para um churrasco (uma iniciativa muito legal para socializar com as pessoas na universidade professores, secretárias, alunos, alunos visitantes..). A ideia era que cada um levasse alguma coisa para contribuir, a Rita pensou em levar batatas para fazer a salada de maionese (churrasco tem que ter salada de batata). Até aí tudo bem, tirando o fato de que fomos ao churrasco e as batatas não contribuíram com nada (inclusive ficaram lá sem dono e querendo um voluntário para ficar com elas). O churrasco alemão é linguiças no meio de um pão com algum catchup, mostarda ou maionese. Foi um choque, mas é bem gostoso...é bem o nosso salchipão, como podem observar na foto.

Bratwurst: Salchipão com grife 
Aqui em Koblenz também tem ciclovia para tudo que é lado, e onde tem ciclovia tem bikes. Agente nota aqui que a metade das pessoas que andam de bicicleta são idosos, mas idosos mesmo. Como a cidade é praticamente toda plana, pequena, cheia de ciclovias e os carros respeitam muito os ciclistas, ela é muito convidativa a pedalar. Eu e a Rita fazemos tudo de bicicleta aqui, exceto ir para as aulas. Nós estamos aos poucos nos acostumando com o jeito europeu de andar de bicicleta, eu ainda atravesso a rua em qualquer lugar, ando na contra-mão, ando fora da ciclovia e atravesso a rua com o sinal fechado para as bicicletas. Qualquer coisa eu grito “yo soy argentino” e torro o filme deles rsrsrsrsrsrsrsrs.


 
Atravessando a rua na ilegalidade...
 Brincadeiras a parte, realmente essa é uma parte bem difícil de acostumar. Não atravessar o sinal quando ele está fechado para pedestre e sem carro algum na rua vai  contra a minha “veia brazuca”. Às vezes parece que o sinal está fechado pra todo mundo (ou talvez esteja mesmo..sei lá), o fato é que fica todo mundo parado, carro, pedestre, ciclista...nada acontece kkkkkk). Outra coisa também que nos "incentiva" a respeitar é o fato de que se atravessamos na "ilegalidade" quem está do outro lado fica olhando de um jeito como se o infrator tivesse chutando um cachorro indefeso na rua..ou até mesmo usando uma camiseta com a foto do Hitler dizendo Meu herói! ... é bem intimidador, acreditem!!!
 As pessoas que eu conheço que são de outros países da Europa falam que nunca viram isso e também contam que no seu país, se não tiver carro perto eles atravessam a rua mesmo com o sinal fechado para o pedestre. Nós vimos isso na Itália e na Holanda, as pessoas atravessam se não estiver vindo carro, mas aqui não, e nós estamos dançando conforme a música deles porque afinal, nós que somos os convidados e temos que respeitar o dono da casa. Isso com certeza deixa o trânsito mais seguro para os pedestres, mas também mais lento, porque um trajeto aqui de casa até o shopping que leva 15 min caminhando, com as sinaleiras pode levar 25min. Agora tudo isso cai por água, quando estamos atrasados ou está chovendo, porque ai não tem essa de esperar sinal abrir, não tem “querer” ser alemão, se não tiver carro agente atravessa, porque aí a pressa fala mais alto e a pressa é inimiga da perfeição.




Nos próximos posts vamos contar mais um pouco do dia-a-dia em Koblenz - o que eles fazem nas horas vagas e nos dias quentes- também da parte turística de Koblenz e nossas viagens pela Europa..

A propósito, aproveitamos para avisar que tentaremos manter a frequência dos posts todo sábado  ou máximo domingo, exceto quando estivermos viajando :)